domingo, 25 de abril de 2010

"Ela também teve seu coração machucado. Dilacerado, imagino. Normal. Desse mal, meu bem, ninguém escapa. Mas o bom disso tudo é que agora consigo abrir meu coração sem rodeios. Sim, amei sem limites. Dei meu coração de bandeja. Sim, sonhei com casinhas, jardins e filhos lindos correndo atrás de mim. Mas tudo está bem agora, eu digo: agora. Houve uma mudança de planos e eu me sinto incrivelmente leve e feliz. Descobri tantas coisas. Tantas, Tantas. Existe tanta coisa mais importante nessa vida que sofrer por amor. Que viver um amor. Tantos amigos. Tantos lugares. Tantas frases e livros e sentidos. Tantas pessoas novas. Indo. Vindo. Tenho só um mundo pela frente. E olhe pra ele. Olhe o mundo! É tão pequeno diante de tudo o que sinto. Sofrer dói. Dói e não é pouco. Mas faz um bem danado depois que passa. Descobri, ou melhor, aceitei: eu nunca vou esquecer o amor da minha vida. Nunca. Mas agora, com sua licença. Não dá mais para ocupar o mesmo espaço. Meu tempo não se mede em relógios. E a vida lá fora, me chama!"
Fernanda Mello
“Eu descobri que tentar não ser ingênua
é a nossa maior ingenuidade,
eu descobri que ser inteira não me dá medo
porque ser inteira
já é ser muito corajosa...”

Tati Bernardi

sábado, 17 de abril de 2010

"Vem cá. Me dá aqui a sua mão. Coloca sobre meu peito. Agora escute. Olha o tumtumtum. Você pode me ouvir? É pra você, seu besta! É por você que meu coração bate! (Ele, que de tanto bater, parou sem querer outro dia). Posso confessar? Jura que vai acreditar em mim? A verdade é que estou de saco cheio de histórias românticas. Meus casos de amor já não têm a menor graça. Será que você me entende? Eu não escrevo porque vivo amores cinematográficos e quero contar pro mundo. Não!! Eu escrevo porque eu sou uma maluca. Minha vida é real demais. Um filme B pra ser mais exata. E eu não acho graça em amores sem final feliz. Por isso, invento. Pro sangue correr pelas veias, pra lágrima cair dos olhos, pra adrenalina sacudir o corpo. Eu invento amores pra ver se eu acredito em mim. (Acredita?). Mas hoje eu estou cansada. Estou cansada de mentiras, de realidade, de telefone mudo e de músicas sem letra.(...)(...)Me deixa ser egoísta. Me deixa fazer você entender que eu gosto de mim e quero ser preservada. Me deixa de fora de suas mentiras e dessa conversa fiada. Eu sou uma espécie quase em extinção: eu acredito nas pessoas. E eu quase acredito em você. Não precisa gostar de mim se não quiser. Mas não me faça acreditar que é amor, caso seja apenas derivado. Não me diga nada. (Ou me diga tudo). Não me olhe assim, você diz tanta coisa com um olhar. E olhar mente, eu sei! E eu sei por que aprendi. Também sei mentir das formas mais perversas e doces possíveis. (Sabia?) Mas meu coração está rouco agora. GRAVE! Você percebe? Escuta só como ele bate. O tumtumtum não é mais o mesmo. Não quero dizer que o tempo passou, que você passou, que a ilusão acabou, apesar de tudo ser um pouco verdade. O problema não é esse. Eu não me contento com pouco. (Não mais). Eu tenho MUITO dentro de mim e não estou a fim de dar sem receber nada em troca. Essa coisa bonita de dar sem receber funciona muito bem em rezas, histórias de santos e demais evoluídos do planeta. Mas eu não moro em igreja, não sou santa, não evoluí até esse ponto e só vou te dar se você me der também."
Fernanda Mello
E o que passou, calou. E o que virá, dirá...

*Desconheço autoria

segunda-feira, 12 de abril de 2010



"Não sou boa com números. Com frases-feitas. E com morais de história. Gosto do que me tira o fôlego. Venero o improvável. Almejo o quase impossível. Meu coração é livre, mesmo amando tanto. Tenho um ritmo que me complica. Uma vontade que não passa. Uma palavra que nunca dorme. Quer um bom desafio? Experimente gostar de mim. Não sou fácil. Não coleciono inimigos. Quase nunca estou pra ninguém. Mudo de humor conforme a lua. Me irrito fácil. Me desinteresso à toa. Tenho o desassossego dentro da bolsa. E um par de asas que nunca deixo. Às vezes, quando é tarde da noite, eu viajo. E - sem saber - busco respostas que não encontro aqui. Ontem, eu perdi um sonho. E acordei chorando, logo eu que adoro sorrir... Mas não tem nada, não. Bonito mesmo é essa coisa da vida: um dia, quando menos se espera, a gente se supera. E chega mais perto de ser quem - na verdade - a gente é. "


Fernanda Mello

quinta-feira, 8 de abril de 2010



Se ela te fala assim com tantos rodeios, é pra te seduzir, e te ver buscandoo sentido daquilo que você ouviria displicentemente.Se ela te fosse direta, você a rejeitaria.

Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares.

Fernando Pessoa

Eu já conhecia algumas versões daquele trecho do filme, como personagem e como espectadora. Com atores diferentes, cenários diferentes, outras trilhas sonoras, temperos inéditos para garantir a surpresa, mas a ideia do enredo era uma só: transformação. Aquele era um dos momentos mais delicados e ao mesmo tempo mais promissores da trama, e voltaria a acontecer ao longo da história, outras vezes, outras caras. Cabiam nele o aperto e a perspectiva de mais espaço. Cabiam nele a ilusória perda e a oportunidade de aproximação da felicidade autêntica, essa que já mora em toda gente e não pode ser perdida. Cabiam nele a possibilidade de resistir ao chamado da mudança e a possibilidade de aceitar fluir com ela.Exatamente naquele ponto do roteiro, a vida estava pedindo à protagonista que soltasse coisas às quais estava apegada, para findar um ciclo, inaugurar outro, reinventar a paisagem. Coisas que não sorriam nem faziam sorrir. Coisas cujo prazo de validade já havia expirado fazia tempo. Coisas que atravancavam o espaço onde o novo poderia florescer. Coisas que já não viviam, senão pelos recursos da parafernália utilizada com destreza pelo apego. Coisas que, embora pudessem falar de pessoas, lugares, situações, falavam, sobretudo, dos seus sentimentos. Das memórias engasgadas. Das dores nunca concluídas. Dos perdões embaraçados. Do mofo, das armadilhas, às vezes da cela nada arejada, da autoimagem.A deixa para que entendesse a natureza do pedido era a frequente neblina na manhã dos olhos. A interdição das vias de acesso ao entusiasmo. A dificuldade respiratória da alegria de verdade. Os jeitos inventados para garantir alívios de mentira. O emperramento das janelas com vista pra ternura. O turbilhão exaustivo de pensamentos negativos. As vezes todas em que era vítima das circunstâncias sem aparente cota de responsabilidade. A deixa era a repetição de acontecimentos com estreiteza semelhante. Cheiro semelhante. Textura semelhante. Amargo parecido.Em algumas versões do filme, nessa vez do pedido, a protagonista sequer consegue ouvi-lo, tamanha a espessura das camadas de defesa criadas na escuta. Em outras, ela ouve, entende do que se trata, fica toda atrapalhada porque teme a travessia de um tempo de supostas mãos vazias, e nega, assustada, o coração fechado. Em outras, ainda, ela ouve, entende do que se trata, fica toda atrapalhada porque teme a travessia de um tempo de supostas mãos vazias, mas aceita buscar meios pra tentar, assustada, o coração um bocadinho já aberto.

Ana Jácomo

quarta-feira, 7 de abril de 2010


"A maturidade me permite olhar com menos ilusões,
aceitar com menos sofrimento,
entender com mais tranquilidade,
e querer com mais doçura."
Lya Luft
Quero outra vez um quarto todo branco e um par de asas. Mesmo de papelão.
Caio F. Abreu
Não era dificil soltar sorrisos ao vento, dificil era carregar saco de pedra nos ombros. Não era dificil dizer não para ele, dificil era ser desimportante para ela. Não era dificil fazer de conta que estava feliz, dificil era ser feliz fazendo de conta. Não era dificil brincar de primavera ainda que chovesse, ainda que o sol queimasse a sola do pé, ainda que o vento levasse um sorriso, porque brincar de primavera ensina a plantar sementes de amor. Amor pela vida, pelas pequenas coisas e só pra depois colher coração. Um coração, cheio de flores.
Desconheço Autoria

Fonte>http://caixamgica.blogspot.com/