“E depois de um tempo eu entendi que esquecer não significava ignorar uma chamada no telefone, nem evitar reencontros casuais. Eu descobri que quando você esquece, atende o telefone e sua voz não falha, que reencontros casuais não mais faziam as pernas tremerem. Eu descobri que o lado mais triste do amor, é não sentir mais nada.”
Torre de Marfim
'Para ser feliz, a gente não precisa sair do lugar, a gente tem que ser o lugar.'Carpinejar
segunda-feira, 9 de julho de 2012
sábado, 19 de maio de 2012
Havia decidido: a partir dali, tomaria as rédeas de tudo. Que não lhe
acusassem de comodismo ou inércia – haveria de fazer por merecer a
vergonha do fracasso ou as honrarias de sua glória. Até então, assumia:
tinha apenas brincado de viver. Mais do que isso, tinha tido preguiça da
vida. Abrir a porta do quarto pela manhã era como atravessar a
fronteira rumo a um reino inóspito e inimigo. Tudo lhe aborrecia e
parecia demasiado desnecessário: votos de bom dia com cheiro de café,
ruas paradas pelo trânsito lento, e-mails estúpidos marcados como urgentes, contas abertas sobre a mesa. Preciso pagar as contas ainda hoje,
pensava com lucidez. (A lucidez de quem sabe que o domínio da realidade
pode ser menos perigoso que a rendição à fantasia, ainda que essa tanto
nos descanse). As contas. Os compromissos na agenda. O carro para
abastecer. E eu queria desaparecer mas prometi a mim mesma que a
partir de hoje tomaria conta de tudo, ainda que tudo me doa, ainda que
tudo pareça tão simples aos olhos dos outros, ainda que tudo me
amedronte e me pese e pareça sempre tão mais forte que eu. (...) e
(...). Respirava. (...) e (...). Fechava os olhos por instantes como que
para estancar aquilo sem nome que de dentro dela parecia querer sair.
(Não eram lágrimas – havia desaprendido a chorar. Chorar e rezar eram
duas coisas que havia desaprendido, e isso lhe fazia falta, por mais que
negasse. Aprendera a rezar apenas pra si mesma; piedosa de si,
acreditava que só ela podia atender aos próprios anseios. Ninguém mais.
Absolutamente ninguém mais. Não, ninguém mais havia que cumprisse esse
papel. Era devota e deusa de si, ainda que isso fosse tão precário e
frágil).
sábado, 28 de abril de 2012
terça-feira, 24 de abril de 2012
Ele
pode estar olhando as suas fotos neste exato momento. Porque não?
Passou-se muito tempo. Detalhes se perderam. E daí? Pode ser que ele
faça todas as coisas que você faz, escondida. Sem deixar rastro nem
pistas. Talvez ele passe a mão na barba mal feita e sinta saudade do
quanto você gostava disso. Ou percorra trajetos que eram seus, na
tentativa de não deixar que você se disperse das lembranças.
As boas. Por escolha ou fatalidade, pouco importa, ele pode pensar em
você . Todos os dias. E ainda assim preferir o silêncio. Ele pode reler
seus bilhetes, procurar o seu cheiro em outros cheiros. Ele pode ouvir
as suas músicas, procurar a sua voz em outras vozes. Quem nos faz falta
acerta o coração como um vento súbito que entra pela janela aberta. Não
há escape! Talvez ele perceba que você faz falta. E diferença. De alguma
forma, numa noite fria. Você não sabe. Ele pode ser o cara com quem
passará aquele tão sonhado verão em Paris. Talvez ele volte. Ou não.
Caio Fernando Abreu
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
Eu colecionava bolinhas de gude e cicatrizes.
Hoje, enquanto algumas esperam viver um conto de fadas
Eu já beijei príncipe que virou sapo, construí castelos para morar sozinha,
despedi a fada madrinha, escolhi viver com o "lobo",
... ... ouvi várias histórias mas resolvi escrever a minha.
[Renata Fagundes]
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
E
você nem sonha que eu sou bipolar, quero ser mãe e acredito no amor da
vida. Acredito no amor pra sempre. Acredito em alma gêmea. Você nem
sonha com essas coisas porque só conversamos coisas leves e engraçadas.
Chega de ser a louquinha intensa. Maior legal transar e se divertir com a
louquinha intensa, mas quem aguenta o tranco de me assumir, de me amar?
Ninguém. Chega.
sábado, 14 de janeiro de 2012
"E então ela costurou suas asas quebradas, respirou fundo, fechou os olhos e se jogou...
Ela estava em uma altura absurda, mas não recuou nenhum momento.
Ela já tinha adiado isso fazia tempo.
E não teve medo do que encontraria pela frente em seu caminho, um
caminho sem promessas, dali em diante, mas com suavidade espalhada por
todos os cantos.
Ela só queria viver uma realidade tão bela, quanto os seus mais doces sonhos.
Não, ela não era nenhuma boba alienada, muito menos hipócrita.
Tinha os pés no chão, a cabeça dela é que voava um pouco.
Era uma sonhadora. "
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