quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

É um perigo quando ela reza.
Sem choro nem vela. Ela reza para dentro lutando contra Deus e o diabo dentro dela. E isso doía. Morria tantas vezes, envelhecia dez anos em um dia. Depois era como se tivesse nascido de novo. E era tão estranho. As pessoas tentavam correr na direção dela, mas não havia mais direção, queriam sentir seu cheiro, mas o perfume era outro. E na hora do amém, só restava as palavras não ditas, os abraços não dados, os desejos não realizados. O nome dela? Para quê você quer saber? Ela vai abrir a porta da tua vida, entrar e sair. Não há tempo para se conhecer, e ela nunca vai ser a tua meio amiga nem o teu quase amor. Dê-lhe o nome que quiser. Ela vai sentar e conversar, vai falar alto se pisarem no seu calo, vai se comportar quando achar que deve e se entregar quando estiver a fim. É assim que funciona, ninguém ensinou a fazer diferente. Os anjos não existem e ela não é um deles. Ela não vai ficar abraçada contigo até que você pegue no sono, porque depois não terá ninguém para fazer o mesmo por ela. Você pode até gostar dela, mas não se apegue, porque daqui a alguns meses ela vai querer ser igual a todas as mulheres que você já conheceu: os mesmos defeitos, as mesmas necessidades de se sentir superior. Seu coração vai durar só uma noite, depois disso ele está proibido de se envolver. E você? Você não vai ter paciência, você vai abandoná-la no primeiro “ai” e nem sequer vai querer saber sobre o que tanto ela reza.
Desconheço autoria

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